Papa Francisco diz que “não é justo associar o Islam à violência”

O papa Francisco disse, ontem, “não é justo associar o Islam à violência”, rejeitando associações automáticas entre a religião muçulmana e atos violentos. Segundo ele, católicos também podem ser violentos, advertindo que a Europa está empurrando parte de sua juventude para o radicalismo.

A declaração do papa foi feita após o assassinato do padre Jacques Hamel, na França, vítima de dois extremistas. “Todos os dias, quando abro os jornais, vejo a violência na Itália. Alguém que matou a namorada ou a sogra e são católicos batizados”, disse o papa. “Se tiver de falar da violência islâmica, terei de falar também da violência católica. Em quase todas as religiões, sempre há pequenos grupos fundamentalistas. Nós também temos”, insistiu o pontífice.

O papa Francisco diz que a religião não é a responsável pelos atos violentos. “Podemos matar com a língua, da mesma forma que com uma faca”, advertiu, referindo-se aos partidos populistas que estimulam o racismo e a xenofobia. Segundo ele, “o terrorismo prospera quando o deus do dinheiro se põe na frente e quando não há outra opção”, falou.

Na semana passada, o papa já havia se manifestado sobre o assunto. Ele comentou, em conversa com repórteres, que sentia o mundo em guerra, mas não numa guerra religiosa. “Não devemos ter medo de falar esta verdade. O mundo está em guerra porque perdeu a paz”, disse. “Não é uma guerra de religião. Há uma guerra de interesses. Há uma guerra por dinheiro. Há uma guerra por recursos naturais. Há uma guerra pela dominação de povos. Isto é a guerra”, falou.

As palavras do líder da igreja católica têm total sinergia com o que pensa o islamismo no sentido de que não estamos vivendo uma guerra religiosa. O Islam é uma religião de paz, que prega a igualdade entre os seres humanos, a caridade, a compaixão e a preservação da vida. Por isso, é inadmissível que se use o islamismo como bandeira para a prática de atos de violência. É isso o que todo muçulmano deve defender e, assim como o papa Francisco, combater a ideia da violência com a busca pela paz.

Informações retiradas da Agência Reuters e site Globo.com

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