Programa que integra jovens afegãos na comunidade brasileira é lançado em São Paulo Capital

Entre os objetivos do Acolhitude está a oferta de vivência na língua portuguesa, através da comunicação e de oficinas criativas que promovam aprendizagem experimental

Foi realizado no sábado (29), o lançamento do Programa Acolhitude, que vai promover a integração de jovens afegãos na Grande São Paulo e ações socioeducativas inovadoras. Idealizado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM. O curso tem a parceria da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS.

O evento apresentou aos presentes os propósitos, valores e objetivos justificadores da modalidade de ensino, além do ponto de vista da instituição e de seus parceiros no projeto; alinhamento com os objetivos de desenvolvimento sustentável, desenho curricular e mapa educacional do programa, também foram explanados.

Dividido em quatro partes, o lançamento começou com a abertura feita pelo presidente da ESPM, Dalton Pastore. Na sequência, um representante de cada parceiro fez o uso da palavra, sendo Delduque Martins, diretor-executivo da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS; Caio Serra, assistente de operações da OIM – International Organization for Migration; e Mariana F. C. Thiele, secretária do Ministérios das Relações Exteriores em São Paulo. Já a terceira parte contou com uma explicação sobre o curso, bem como o esclarecimento de dúvidas. Por último, os assistidos fizeram um tour pela instituição.

“O projeto ganhou forma porque nós, da (ESPM), nos deparamos com a situação dos afegãos nos aeroportos brasileiros, então me reuni com outros membros da instituição e idealizamos o Acolhitude, focando na melhor integração dos imigrantes”, disse Dalton Pastore abrindo a cerimônia. Posterior à fala, o coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios Asiáticos da ESPM, Fausto Godoy, discorreu sobre humanidade. “Queremos que vocês se sintam acolhidos. O propósito aqui não é só ensinar o idioma, mas também que vocês possam viver melhor, de modo geral, enquanto permanecerem no Brasil”.

Passando o foco para as políticas públicas que o governo federal brasileiro tem realizado para imigrantes, Mariana Thiele explicou as ações que melhoram a vida dos afegãos. “Desde setembro de 2021, o Brasil já fornece visto humanitário para pessoas do Afeganistão. Essa política é fundamental para que vocês, afegãos, possam usufruir de serviços essenciais não só em São Paulo, mas em todo o território nacional”, abordou a representante do Itamaraty.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consecutivo à fala, Caia Serra, da OIM, declarou que “ajudar com auxílio e coordenação um programa desse tipo é o dever da OIM. Como uma organização que trata do tema migração, apresentar os meios legais e dar o devido suporte é fazer com que vocês tenham este país como uma verdadeira casa”.

Um dos atendidos pelo programa, Mustafa Habibi está feliz com a oportunidade. Ele celebrou o momento dizendo que, ” me sinto realmente acolhido pelo Brasil. É tão bom, mesmo sendo de outro país, ser parte desta sociedade. Vou aproveitar esta porta que se abre para me desenvolver e ajudar minha família”. Inspirado por relatos como esse, o representante da FAMBRAS Delduque Martins, falou da parceria entre a FAMBRAS e a ESPM. ” É um privilégio apoiar projetos como esse, que disponibiliza aos imigrantes, novos horizontes por onde passam”. Além dele, membros dos departamentos de projetos e relações institucionais da Federação estiveram presentes.

A cerimônia ainda foi marcada pela explanação da coordenadora pedagógica do Programa Acolhitude, Maria Carolina Conejero, que discorreu sobre a funcionalidade do programa ao longo dos próximos meses. No final, um tour pelas instalações da escola foi realizado com os afegãos. Para que o curso seja bem desenvolvido, a instituição também conta com diversos voluntários para a realização das aulas e das oficinas.

Durante o evento, um coffee break com sucos e pães de queijo, patrocinado pelas empresas Pão&Arte Frozen Bread e Polpanorte, com certificação Halal, esteve a disposição dos presentes. Nos encontros do Programa Acolhitude aos sábados, as mesmas ainda fornecerão assistência no café da manhã dos participantes.

Alinhamento com os objetivos de desenvolvimento sustentável

Pautado em boas práticas, o programa se realizará com base na sustentabilidade, com objetivos definidos: erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, redução das desigualdades e parcerias e meios de implementação.

Além da propor ensino de qualidade para os imigrantes, o Programa Acolhitude visa inserir os jovens participantes no mercado de trabalho.

 

 

Desenho curricular

O “PROGRAMA ACOLHITUDE – integrando para socializar” é dividido em três eixos educacionais: língua portuguesa, comunicação e oficinas criativas. Cada um dos módulos possui uma carga horária específica, que no final, vão totalizar 40 horas; a modalidade do curso é presencial.

Os afegãos precisaram atender alguns requisitos para participar do programa, como: possuir entre 15 e 24 anos de idade; serem originários (as) do Afeganistão, migrantes e residentes na Grande São Paulo; serem beneficiários do visto humanitário e solicitantes de refúgio reconhecidos pela legislação brasileira; além de participarem de uma entrevista realizada por profissionais da ESPM.

Na justificativa do material, é apontado que os afegãos constituem uma das maiores populações mundiais de pessoas deslocadas por conflitos e abusos dos direitos humanos, sendo importante a promoção de espaços de empoderamento intercultural para esses ajudarem na transformação da realidade de vulnerabilidade social das suas famílias na Grande São Paulo.

 

 

Mapa educacional

A ESPM elaborou uma espécie de periódico com o objetivo de cada módulo. No modelo apresenta, a aprendizagem de comunicação deve trabalhar as habilidades pessoais, o ensino da língua portuguesa vai estimular as habilidades comunicativas e interpessoais e o estudo de vivências transformadas visa colocar em prática o repertório intercultural através de oficinas criativas.

Ainda no plano do mapa educacional, consta a realização de integração. As habilidades pessoais e interpessoais serão colocadas em prática para inspirar outros jovens afegãos a promover a continuidade do Programa Acolhitude.

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